Economistas falam sobre o cenário econômico, em evento promovido pela Acisat
Pedro Ramos e Alexandre Barbosa foram os palestrantes da noite

Por Renee Rodrigues
23/07/2021 10h04

Na noite de quinta-feira (22) a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Tapejara (Acisat) realizou reunião-jantar para associados, com palestra virtual ministrada pelos economistas do Sicredi, Pedro Ramos e Alexandre Englert Barbosa.

O presidente da Acisat, Cristiano da Silva, falou sobre a importância de trazer assuntos relacionados à economia em tempos de pandemia. “Seguindo os protocolos de saúde e prevenção à Covid, estamos voltando a realizar as nossas reuniões presenciais, pois acreditamos que esta interação é fundamental para aprendizagem e troca de experiências”, disse.

O prefeito Evanir Wolff também esteve presente na reunião realizada pela Associação, apresentando algumas estratégias de sua gestão para o setor de indústria, comércio e serviços, durante a pandemia. “Desde o início de nossa Administração sempre consideramos todos os serviços essenciais. Adotamos medidas para evitar as aglomerações, mas priorizamos sempre o trabalho, o fortalecimento da economia, pois entendemos que as pessoas precisam trabalhar e as empresas não poderiam parar. Para isso, buscamos o equilíbrio sempre com o objetivo de garantir melhorias para o município”, disse. O prefeito falou ainda sobre os programas Valoriza Tapejara e Juro Zero, que foram criados pela atual gestão para valorizar o comércio local.

Em sua palestra, o economista-chefe do Sicredi, Pedro Ramos, falou sobre o cenário econômico durante a evolução da Covid-19. O palestrante apontou um ano com taxa de crescimento positiva em 2021, diante da queda registrada em 2020. “É um ano em que vamos vencer a pandemia a partir das vacinas. No entanto, não está sendo um ano fácil, ainda é bastante desafiador, mas a tendência é que haja melhoras significativas. Com a massificação das vacinas, a partir deste segundo semestre as pessoas passam a ter mais liberdade para suas atividades”, resumiu.

O PIB brasileiro de 2020 registrou queda entre 4,5% e 5%, enquanto que em 2021, a perspectiva está em torno de crescimento de 5,3%. “A maior parte desse crescimento foi construída ainda dentro de 2020, com uma recuperação das atividades muito rápida no fim do ano.” De acordo com Ramos, os governos gastaram cerca de 8% do PIB para manter a qualidade de vida da população, o que garantiu esta recuperação das atividades. “Em 2021 a indústria registra crescimento e o agro continua uma expansão muito boa. Esse quadro é construído a partir de uma retomada muito forte do crescimento chinês, que foi sustentado por estímulos fiscais do governo e mantém esses estímulos, com crescimento da ordem de 8% da economia chinesa”, adiantou.

A moeda brasileira desvalorizou muito durante a pandemia, gerado por fator de aversão ao risco. Para o economista, a avaliação é de que, passada a pandemia, veremos uma grande valorização cambial em todas as moedas emergentes. “Mas, o Brasil não é candidato a um grande recuo, pois ainda temos uma taxa de juros muito baixa, se tornando pouco atrativo. Por outro lado, veremos que o desafio fiscal ainda é muito presente e, se tivermos o desarranjo, esse câmbio ainda pode ir mais para cima.”

O palestrante Alexandre Englert Barbosa também apresentou perspectivas positivas aos presentes. Segundo ele, antes da pandemia o Brasil crescia 1,5%. No primeiro semestre, após Covid, o crescimento foi de 7,8%; no segundo semestre, 3,2% e neste trimestre, 1,2%. “A expectativa é que teremos um crescimento de 6% neste ano, ou seja, dá para pagar a conta do ano passado e ainda crescer”, finalizou.

Participaram do evento, realizado no Restaurante Irmãos de Paula, membros da diretoria da Acisat, associados e autoridades municipais.

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