POLÍTICA
Saiba quais são as profissões mais comuns entre os candidatos no RS
   
Atividade ligada ao campo é a mais frequente entre quem disputa vaga em prefeituras ou Câmaras

Por Gaucha ZH
22/10/2020 10h51

Nem profissional liberal, nem servidor público. A profissão mais comum declarada pelos 33 mil candidatos a um cargo nas eleições de 2020 no Rio Grande do Sul é a de agricultor. 

Conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 3,6 mil concorrentes a uma vaga de vereador, prefeito ou vice se apresentam como homens ou mulheres do campo — o equivalente a 10,9% dos registros. 

Essa característica não é exclusiva dos gaúchos, embora o Estado tenha uma vocação mais agrícola do que outras regiões do país. A agricultura também aparece como a atividade mais frequente em nível nacional, embora em proporção menor: equivale a 6,8%, praticamente empatada com os segundos colocados, os servidores públicos municipais (6,3%). 

No Rio Grande do Sul, a vice-liderança cabe aos autodeclarados empresários, com 7,8%. Conforme o cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rodrigo Stumpf Gonzalez, a predominância da agricultura reflete a natureza de uma eleição municipal em um país em que a maior parte das cidades é de pequeno porte, e o campo representa parte importante da economia nesses lugares. 

Mas Gonzalez observa que o termo “agricultor” pode esconder situações e ideologias muito diversas.

— Podem se declarar dessa forma desde quem realmente coloca a mão na terra até quem tem uma pequena ou média propriedade ou o empresário do agronegócio. Ideologicamente, pode ser tanto o integrante do MST quanto o empresário vinculado à Farsul (Federação da Agricultura do RS) — contextualiza o cientista político.

Como curiosidade, embora a participação feminina seja minoritária nas eleições 2020 no Estado, com 34% dos registros, a atividade de “dona de casa” aparece entre as mais frequentes. É a quinta mais citada, com 4,3% e à frente da categoria de “vereadores” atrás de um novo mandato.   

A situação é um pouco diferente quando se analisam somente os concorrentes a uma vaga de prefeito. Nesse caso, a profissão mais frequente é a de empresário, seguida pela de prefeito — refletindo a busca por reeleição.

O cenário atual é semelhante ao verificado nas eleições municipais de 2016, quando os agricultores também formaram a maior fatia dos candidatos no Estado. Houve alteração, porém, nas colocações seguintes desde então: os empresários superaram os registros de servidores públicos municipais em busca por cadeiras em Câmaras ou prefeituras.

No extremo oposto das atividades mais comuns, algumas profissões aparecem atualmente com apenas um representante na listagem do TSE. Entre elas estão as de office-boy, tapeceiro, físico, antropólogo e guardador de carros.

   

  

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