SAÚDE
Casos de Chikungunya preocupam prefeito de Água Santa
   
Nos últimos dias, 12 pessoas foram infectadas

Por Radio Cacique
29/03/2022 08h56

O surgimento de uma série de casos de chikungunya no município de Água Santa tem preocupado o prefeito Eduardo Picolotto (MDB). Conforme ele, 12 pessoas foram diagnosticadas com a doença, e mais 10 casos seguem em investigação pela Secretaria de Saúde do Estado. Em razão das “dores insuportáveis”, três idosos foram internados.

 

O gestor conta que há cerca de um mês, a Unidade Básica de Saúde passou a receber um grande número pacientes que relatavam um quadro de saúde até então pouco comum. A partir da investigação dos sintomas, a equipe passou a utilizar o protocolo para tratamento da chikungunya, antes mesmo dos resultados dos exames realizados pelo Lacen - Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul.

 

Conforme Picolotto, muitos dos acometidos pela doença são idosos, moradores do Centro da cidade, que relatavam fortes dores. “Algumas dores insuportáveis, a nível de corpo, que realmente só passavam com alguns analgésicos; algumas dores nas articulações, nas mais diversas, onde tiver articulação doí; dor abdominal; dores musculares; febre alta; náuseas; vômitos, entre outros diversos sintomas que, dependendo da faixa etária, eles eram acometidos”, explica.

 

A transmissão da chikungunya ocorre por meio do mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e zica. Por isso, o município tem realizado o chamado fumacê, espécie de nuvem de fumaça utilizada no controle da população de insetos. Picolotto também anunciou a aquisição de 2 mil kits de repelentes, que serão distribuídos para a população considerada mais vulnerável, como idosos e grávidas; também serão realizadas campanhas de conscientização nas escolas.

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Confira o material produzido pelo Ministério da Saúde do Brasil sobre a doença:

 

O que é chikungunya?

 

É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) e o Aedes aegypti (ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2011).

 

O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante onda epidêmica em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.

 

No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todas os Estados registram transmissão desse arbovírus. Esta arbovirose também pode se manifestar de forma atípica e/ou grave, sendo observado óbitos.

 

Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:

 

1- Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias

 

2- Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses.

 

3- Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase crônica.

 

Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos.

 

Quais são os sinais e sintomas da chikungunya?

 

Febre.

Dores intensas nas articulações

Dor nas costas

Dores pelo corpo.

Erupção avermelhada na pele

Dor de cabeça.

Náuseas e vômitos.

Dor retro-ocular

Dor de garganta

Calafrios

Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).

IMPORTANTE: É possível que se desenvolva manifestações atípicas no sistema nervoso, cardiovascular, pele, rins e outros.

 

Como é feito o diagnóstico da chikungunya?

 

O diagnóstico da chikungunya é clínico e feito por um médico. Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de confirmação da doença a notificação deve ser feita ao Ministério da Saúde em até 24 horas.

 

Em situações de epidemia a maioria dos casos serão confirmados por critério clínico.

 

O caso suspeito de chikungunya:

 

Indivíduo que apresentar febre de início súbito maior que 38,5ºC e artralgia ou artrite intensa (dor nas articulações e/ou juntas) de início agudo, não explicado por outras condições, residente em (ou que tenha visitado) áreas com transmissão até duas semanas antes de começar os sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico* com caso importado confirmado.

 

O caso confirmado de chikungunya por critério laboratorial:

 

É todo caso suspeito de chikungunya confirmado laboratorialmente por isolamento viral positivo, detecção de RNA viral por RT-PCR, detecção de IgM em uma única amostra de soro durante a fase aguda (a partir do 6º dia) ou convalescente (15 dias após o início dos sintomas), demonstração de soro conversão entre as amostras na fase aguda (1a amostra) e convalescente (2a amostra) ou detecção de IgG em amostras coletadas de pacientes na fase crônica da doença, com clínica sugestiva.

 

Como é feito o tratamento da chikungunya?

 

O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas. Até o momento, não há tratamento antiviral específico para chikungunya. A terapia utilizada é analgesia e suporte.

 

É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes e a escolha dos medicamentos devem ser realizadas após a avaliação do paciente, com aplicação de escalas de dor apropriadas para cada idade e fase da doença.

 

Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação médica conforme cada caso, pode ser recomendada a fisioterapia.

 

Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

IMPORTANTE: A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Somente um médico pode receitar medicamentos.

 

Como prevenir a chikungunya?

 

Assim como a dengue, Zika e febre amarela, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos Aedes aegypti nas suas casas, trabalhos e na vizinhança.

A melhor prevenção, sendo esta a principal e mais eficaz, é evitar a proliferação do mosquito eliminando água armazenada que pode se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e em manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos como tampas de garrafas.

 

Não existem vacinas contra a chikungunya. Faça a sua parte e previna-se!

 

Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:

- Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas.

- Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia.

- A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.

Para informações adicionais sobre prevenção e controle da doença, acesse o Guia de Vigilância (2021).

 

 

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