RIO GRANDE DO SUL
Encontro discute avanços do Projeto Cursos D
   
O projeto selecionou 76 áreas

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05/07/2024 11h19

Os progressos do projeto “Diagnóstico e Monitoramento da Recuperação de Áreas Degradadas em Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas Bacias Hidrográficas do Rio Gravataí e Rio dos Sinos” foram revisados na última terça-feira (02/07), em reunião virtual. Esse projeto é um piloto do Programa Estadual de Revitalização de Bacias do RS, no qual a Emater/RS-Ascar foi contratada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) para elaborar e monitorar a recuperação e proteção de cem hectares de APPs de cursos d’água nas bacias hidrográficas mencionadas.


O projeto selecionou 76 áreas, totalizando 44 hectares na bacia do Rio dos Sinos, abrangendo municípios como Araricá, Caraá, Igrejinha, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Parobé e Taquara. Na bacia do Rio Gravataí, foram escolhidas 71 áreas, cobrindo 63 hectares, localizadas em Alvorada, Glorinha, Gravataí, Santo Antônio da Patrulha, Taquara e Viamão.


Uma estimativa inicial aponta para a instalação de mais de cem quilômetros de cercamento de APPs e o plantio de mais de 40 mil mudas, porém esses dados estão sendo reavaliados, após eventos climáticos adversos que impactaram algumas áreas do projeto.


Conforme levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar, as intensas chuvas que ocorreram no mês de maio também causaram significativos impactos nas áreas selecionadas para o projeto. Na bacia do Gravataí, 15 áreas foram afetadas, com registros de mais de dois metros de inundação em áreas que ficaram submersas, em média, por três dias. As chuvas causaram desbarrancamento e deposição de sedimentos nos cursos d’água, os quais necessitarão receber limpeza de detritos e/ou desassoreamento em algumas áreas.


Na bacia do Rio dos Sinos, o impacto foi maior, abrangendo 32 áreas de APPs selecionadas pelo projeto, com até oito metros de profundidade de inundação, além das enchentes permanecerem por mais tempo. Similar às áreas na Bacia do Gravataí, algumas propriedades necessitarão de ações de desassoreamento e desobstrução do leito do rio, além de ações incisivas para reconstrução e manutenção das margens.

 

Pós-enchentes
Com o intuito de buscar melhores formas de conduzir as ações propostas no projeto, especialmente depois do evento climático extremo ocorrido no mês de maio, a reunião foi conduzida pela coordenação dos extensionistas Thais Michel, Gabriel Katz e Marcelo Biassusi, da Emater/RS-Ascar, em parceria com a Gerência Regional de Porto Alegre, e contou com a presença dos técnicos responsáveis pela execução do projeto nas duas bacias hidrográficas, bem como da equipe de coordenação e fiscalização do Programa pela Sema, representada por Juliana Ferraz, Karolina Turcato e Aline Kaliski. 


O evento também recebeu pesquisadores renomados, incluindo o professor Gerhard Overbeck e professora Sandra Muller da Ufrgs, professora Ana Paula Roveder da UFSM, professora Elisete Freitas da Univates, professor Marcelo Luis Kronbauer da Unisc, o pesquisador Ernestino Guarina da Embrapa Clima Temperado, a coordenadora do Programa Protetor das Água de Vera Cruz, Tanise Etges, a chefe da Divisão de Flora, Angelica Ritter, o pesquisador Jan Karel e o analista ambiental Leonardo Uruth, todos da Sema.


Destaca-se a importância da participação dos pesquisadores, com relatos de experiências com o uso de engenharia natural, como no Vale do Rio Taquari, compartilhada pela professora Elisete, e os resultados promissores após dez anos de regeneração natural nas APPs de propriedades participantes de programas de pagamento por serviços ambientais em Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, mencionados pelo professor Marcelo da Unisc. 


Os extensionistas dos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar também relataram desafios do projeto na recomposição das APPs, principalmente após os impactos sofridos em maio, como exposto pelo técnico Leandro Hanisch do Escritório Municipal de Rolante, que destacou a necessidade de métodos avançados como desassoreamento e construção de taludes.


A partir das inúmeras trocas de informações durante a reunião e diante da impossibilidade de definições naquele momento, foi proposta a realização de uma visita técnica em algumas propriedades, a fim de esclarecer dúvidas e orientar a execução do projeto com maior acesso a dados, tanto em termos ecológicos quanto manejo adequado da produção.   


Ficou evidente na reunião a importância contínua da conscientização dos produtores sobre a recuperação e conservação das APPs, para mitigar futuros impactos adversos. Projetos piloto como este são fundamentais diante da escassez de iniciativas semelhantes no Rio Grande do Sul. “Este primeiro encontro de troca de experiências certamente será seguido por outros, fortalecendo ainda mais a colaboração e o aprendizado mútuo entre os envolvidos”, avalia a extensionista Thaís Michel.
 

   

  

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