PAÍS
Brasil conhecerá número de autistas
   
Inclusão de perguntas sobre o autismo no censo ajudará a determinar quantas pessoas no Brasil apresentam esse transtorno

Por Renee Rodrigues
30/07/2019 09h34

Os censos demográficos realizados a partir de 2019 incluirão as especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista. A nova regra, instituída pela Lei 13.861, de 2019, está publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (19).

A inclusão de perguntas sobre o autismo no censo ajudará a determinar quantas pessoas no Brasil apresentam esse transtorno e como elas estão distribuídas pelo território. O objetivo é direcionar as políticas públicas para que os recursos sejam corretamente aplicados em prol de quem tem autismo.

Em suas redes sociais, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse reconhecer a importância do tema e que atendeu à necessidade da comunidade autista no Brasil.

Em recente entrevista ao jornal Novo Tempo, a pedagogoa especialista em Atendimento Educacional Especial, com formação em TEA e ensino estruturado, pós-graduanda em Neuropsicologia e graduanda em Terapia Ocupacional, Patrícia Scariot, falou sobre o aumento do número de crianças que fazem parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a profissional, o aumento no número de casos, no entanto, não significa necessariamente que mais pessoas tenham o autismo hoje do que há 50 anos, por exemplo. "Esse é um debate que ainda nao temos resposta. Isso porque o conceito de autismo é um alvo em movimento. No passado, apenas considerávamos autistas aqueles bem severos, não verbais, com comportamentos muito estereotipados e totalmente dependentes para viver. Hoje em dia o autista leve está inserido no espectro, então temos o diagnóstico de autista em pessoas que são independentes, casados, cursando universidades, o que eleva o número de casos", disse.

A conscientização do quadro clínico, a melhora no diagnóstico, a possível ajuda governamental e o aumento do tamanho populacional são outros fatores que fazem o número de autistas subir. Apesar de os sinais para o transtorno ficarem mais nítidos após os 3 anos, alguns indicativos desde bebê podem servir como alerta, como a criança ficar parada no berço, sem reagir aos estímulos, e evitar o contato visual com os pais. A busca por ajuda de profissionais, em casos onde os pais sentem que os filhos não estão se desenvolvendo de acordo com a idade, é recomendável o mais cedo possível.

   

  

Comentar comment0 comentário
menu
menu