SAÚDE |
Cigarros eletrônicos são um dos principais desafios para o combate ao tabagismo |
Dia 31 de maio marcou o Dia Mundial Sem Tabaco |
Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são o novo desafio para evitar a iniciação ao tabagismo. O uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro, conforme aponta um estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Nesse sentido, o Dia Mundial Sem Tabaco, que ocorre no dia 31 de maio, chama a atenção para os malefícios dos DEFs. O tema definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2024 é “Proteção das Crianças contra a Interferência da Indústria do Tabaco”.
Os DEFs, também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido), tornaram-se um risco para a iniciação ao consumo de cigarros. “Eles viraram um ‘modismo’, que têm causado uma epidemia de uso de nicotina, principalmente entre os jovens, em vários países. Além disso, já provocaram mortes e inúmeros problemas de saúde em adeptos ao cigarro eletrônico”, observa o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alex Seidel.
O oncologista alerta sobre os perigos dos cigarros eletrônicos, que têm elevado número de substâncias nocivas à saúde. “Além da dependência da nicotina, que é mantida ou iniciada, existem várias outras substâncias potencialmente graves e cancerígenas”, destaca o oncologista.
Anvisa mantém proibição do cigarro eletrônico
A comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas desde 2009, no Brasil. E, em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição, vedando também a produção, distribuição, armazenamento e transportes de DEFs em território nacional.
Tabagismo: principal causa de morte evitável no mundo
O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina, uma substância psicoativa encontrada em todos os produtos derivados do tabaco, tais como cigarro, cigarro eletrônico ou dispositivo eletrônico para fumar, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros.
Estima-se que 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo no Brasil, ou seja, 160 mil mortes anuais poderiam ser evitadas. “O tabaco é a principal causa evitável de doença e morte no mundo. Tem relação com mais de 20 tipos de câncer como, por exemplo, o de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero, estômago, fígado, cólon e reto e traqueia. Das 7 mil substâncias químicas diferentes, cerca de 70 são reconhecidamente cancerígenas”, explica Seidel.