RURAL
Rally da Safra apresenta resultados em Não-Me-Toque, terra da Expodireto Cotrijal
   
O evento contou com painel sobre os desafios do RS para a safra

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29/07/2024 16h25

Na terça-feira, dia 23 de julho, a Cotrijal sediou evento de apresentação dos resultados da safra 2023/2024 e desafios para o ciclo 2024/2025. Trata-se da 21ª edição do Rally da Safra, iniciativa que percorre as principais regiões agrícolas do Brasil em uma expedição técnica. O objetivo é fazer um levantamento das safras de soja e milho entendendo, por exemplo, os contextos da produção de cada uma das regiões a partir de dados e informações coletados nas lavouras. Organizado anualmente pela Agroconsult, o evento foi realizado na Parque da Expodireto Cotrijal em Não-Me-Toque/RS e contou com a participação de empresas parceiras, representantes de outras cooperativas, equipe de colaboradores e produtores rurais. 

 

Além dos painéis iniciais apresentados pelo CEO da Agroconsult, André Pessôa e pelo coordenador do Rally da Safra, André Debastiani, o evento contou um painel especial sobre os desafios do Rio Grande do Sul para a safra 2024/2025, com a participação do vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires e do presidente da CCGL, Caio Vianna. 
Schroeder destacou a importância da Cotrijal sediar o evento, que traz informações relevantes que contribuem com o dia a dia do produtor rural e podem apoiá-lo no planejamento e na tomada de decisão. Entre os desafios para o Rio Grande do Sul na próxima safra, o vice-presidente da Cotrijal ressaltou dificuldades como o endividamento dos produtores, também por conta de quebra de safras anteriores e a própria recuperação do solo. “Não vamos desistir. Agricultura é isso, anos bons, anos ruins, mas precisamos acreditar que teremos anos melhores. Esta é a nossa esperança”. 


Avaliação e desafios
Segundo Debastiani, a safra 2023/2024, foi extremamente desafiadora e com problemas climáticos em diferentes regiões do país. Por conta do fenômeno El Niño, o excesso de chuvas trouxe dificuldades para as lavouras do Sul, enquanto na região Centro-Oeste o cenário foi contrário, com escassez hídrica. O resultado apresentado é de uma produção menor que a safra passada, que foi de 169 milhões de toneladas de soja. A safra 2023/2024 alcançou a marca de 154,1 milhões de toneladas. No caso do milho o Rally indica uma produção na segunda safra de 100,5 milhões de toneladas no Brasil, que somado a safra de milho verão tem uma estimativa de 126,5 milhões de toneladas em volume total. Apesar da redução comparada à safra anterior, o Brasil segue produzindo volumes expressivos dessas commodities. E essa oferta muito grande, tendo em vista também uma produção normal em nível mundial, gera impactos no preço dos grãos. 


“O produtor rural vivenciou um período muito bom na agricultura brasileira, apesar dos problemas que o Rio Grande do Sul teve nas últimas safras, com preços expressivos e conseguindo fazer margem. Ao mesmo tempo que os preços foram subindo os custos foram subindo também e agora estamos em um momento no qual os preços caíram e os custos, apesar de aparecerem reduções, não caíram na mesma proporção”, explica o coordenador do Rally. 


Debastiani atribui dois desafios para a safra 2024/2025: econômico, pois diante de um cenário de bastante oferta é provável que os preços se mantenham ainda reprimidos e a margem do produtor vai seguir apertada. O segundo desafio é o financeiro, em função do alto endividamento da agricultura brasileira. Isso se deve à situação do Rio Grande do Sul, que veio de safras frustradas no qual o produtor teve um endividamento alto para conseguir plantar a safra seguinte, cenário que também é visto em outras regiões do Brasil, por conta de uma alta alavancagem da agricultura nacional e consequente necessidade de investimentos em maquinário, solo, fertilidade, defensivos, pessoas e estrutura.


Outras informações apresentadas: 
• A média de produtividade de soja no Brasil foi de 55,3 sacas por hectare. No Rio Grande do Sul a média foi de 51,2 sacas por hectare. Apenas o estado gaúcho e o Pará tiveram produção maior do que a safra passada.


• Após as chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul, a redução de soja (no campo) foi de 2,4 milhões de toneladas. O milho verão teve quase nenhuma perda e o arroz teve 350 mil toneladas de perda.


• No Brasil a área plantada de soja é de 46,4 milhões de hectares, conforme dados da Agroconsult de março de 2024.


• A projeção de consumo mundial de soja em 2023/2024 é de 383,2 milhões de toneladas, enquanto a produção será de 398,4 milhões de toneladas. Para 2024/2025, a estimativa é uma produção de 428,5 milhões de toneladas e consumo de 399,5 milhões de toneladas. 

   

  

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